sexta-feira, 24 de maio de 2013

Movimento Alexandre (V)IVO presente na UERJ em Seminário sobre HOMOFOBIA!

Seminário Enfrentando a Homofobia: Violência, Reflexão e Luta. Organizado pelo COletivo COLORIR - LGBT da UERJ. Composição da Mesa: Prof. Dr. Sergio Carrara (CLAM-IMS/UERJ e LIDIS/UERJ, Angélica Ivo (Mãe de Alexandre Ivo - Movimento Alexandre (V)IVO, DanielCardinali (COLORIR UERJ) e a Defensora Luciana Gomes (NUDIVERSIS - Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro)


O Seminário "Enfrentamento a Homofobia: Violência, Reflexão e Luta", ocorreu no dia 23 de maio, organizado pelo recém fundado Coletivo LGBT da UERJ - COLORIR, como uma atividade para se comemorar o dia mundial de luta contra a homofobia e o primeiro de uma série de eventos que o referido grupo se propõe a fazer. A mesa contou com a participação de Angélica Ivo (Mãe de Alexandre Ivo, Movimento Alexandre VIVO), do antropólogo e Prof. Dr Sergio Carrara (CLAM-IMS-UERJ e LIDIS/UERJ) e da representante da Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro, Defensora Luciana Gomes, Coordenadora do NUDIVERSIS. O Salão Nobre da Faculdade de Direito da UERJ ficou lotado e o debate foi caloroso, principalmente com relação as denúncias de atos recentes de homofobia na UERJ e na cidade do Rio de Janeiro, além do relato emocionado de Angélica Ivo sobre o assassinato de seu filho de 14a de idade, no dia 21 de junho de 2010, na cidade de São Gonçalo-RJ e todo o processo nesses quase 3 anos de luta por justiça e contra a impunidade, principalmente depois do assassinato da Juíza do caso, Dr Patrícia Acioli.


Plenário do Salão Nobre da Faculdade de Direito da UERJ

Na ocasião, foram retratadas as violências homofóbicas no qual tanto o jornalista Fernando Soares sofreu na Lapa no último final de semana, como da estudante de Ciências Sociais da UERJ sofreu no estacionamento da universidade, além de outras denuncias de estudantes presentes serem alvo de práticas homofóbicas nos corredores e salas de aula em nossa universidade e o quão difícil é o registro nas delegacias de polícia para os crimes de homofobia e a ausência, no âmbito da UERJ, de uma legislação que puna todas as formas de discriminação, em particular, as que envolvem orientação sexual e identidade de gênero.


Prof. Dr. Sergio Carrara respondendo questão sobre o PLC 122/06 nos enfoques tanto do crime de racismo (texto original da Deputada Iara Bernardes), como de crime de ódio (texto do Senador Paulo Paim em acordo com o CN-LGBT) a última nova versão, depois do declínio da ultima relatoria da Senadora Marta Suplicy.

Coincidentemente, no mesmo dia 23 de maio, a Reitoria da UERJ lançou uma Nota à Comunidade Universitária sobre o ocorrido no dia 11 de maio, em suas dependências, considerado por muitos de estupro corretivo, a que a estudante da universidade sofreu, como um dos fenômenos da violência lesbofóbica.
E coincidentemente também, no mesmo dia 23 de maio, a Presidente Dilma indicou o Prof Luis Roberto Barroso (Faculdade de Direito/UERJ) a assumir a vaga do ex-ministro Carlos Ayres Britto no STJ. O referido professor foi um dos advogados que participou no STF e defendeu a ADPF 132 que resultou na confirmação da constitucionalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo, reconhecendo esta união como família. Esse aliado da luta pelos direitos de LGBT junta-se a outro aliado, também professor de Direito da UERJ, o Ministro Joaquim Barbosa e presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que na semana passada, por ocasião da sessão do CNJ, regulamentou os pedidos de habilitação direta para o casamento civil igualitário entre pessoas do mesmo sexo, bem como a conversão da união estável em casamento.


O evento contou com a presença e participação de entidades da sociedade civil que homenagearam a iniciativa do COLORIR na UERJ em uma conjuntura adversa em que se encontram LGBT, apesar de pequenos avanços no campo dos Direitos Humanos e das Politicas Públicas, a discriminação e a violência para com LGBT, ainda é real e letal.

Pela Vida e Pela Paz
Tortura e Homofobia Nunca Mais
Pela Criminalização da Homofobia!
Por Justiça e Contra a Impunidade
MOVIMENTO ALEXANDRE (V)IVO

domingo, 12 de maio de 2013

Mãe pela Diversidade e pela Igualdade: Angélica Ivo


Mães solidárias, engajadas e acima de tudo, Mães pela Diversidade e Igualdade. Num momento onde cada vez mais é importante o respeito e o amor na luta contra a violência e o preconceito, o Programa Estadual Rio Sem Homofobia destaca do Dia das Mães e homenageia Angélica Ivo, mãe do menino Alexandre Ivo, assassinado em 21 de junho de 2010 em São Gonçalo, aos 14 anos, vítima de homofobia.

Conversamos com Angélica sobre como era sua relação com o filho e como Alexandre era no seu dia-a-dia: “A nossa relação era muito boa! Alexandre cresceu com muito carinho e amor da nossa família e esse sentimento se tornou recíproco. Meu filho sempre foi um menino muito carinhoso, estudioso e muito cumpridor das tarefas que lhe eram confiadas”.

“Como eu queria que o Alexandre tivesse em meus braços para darmos continuidade a essa relação que tivemos até aonde nos foi permitido, independente de qualquer questão. Hoje o que me move é a luta para que não se repitam casos como o de Alexandre e pela criminalização da homofobia”, finaliza Angélica.

Sobre o processo, Angélica diz: “No momento, o processo de Alexandre se encontra em poder do Ministério Público. O caso ficou parado desde a morte da Magistrada Patricia Acioly, pois a 4º Vara Criminal priorizou os julgamentos de milicianos e policiais envolvidos. A Superdir, através do Centro de Cidadania LGBT de Niterói, está acompanhando tudo. O processo já teve um andamento e passou pelas mãos da nova Juíza, Dra. Alessandra, que fez solicitações sobre perícias que ainda não foram concluídas”.

Angélica Ivo perdeu seu filho para a homofobia de forma brutal: ele foi enforcado e sofreu lesões no crânio causadas por agressões com pedras, pedaços de madeira e ferro. É, para nós, um exemplo de força e luta. Que suas palavras inspirem todas as mães e espalhem esse sentimento de respeito à diversidade e amor.